A sala ao lado de uma sex shop, aberta exclusivamente ao público feminino, é o ponto de encontro de mulheres de todas as idades que querem aprender a seduzir. Casada há nove anos, a jovem Letícia, de 28 anos, e duas amigas solteiras buscaram nas aulas de “strip” algo além da sedução, a autoconfiança. A timidez bate forte quando o trio descobre que deve ficar só de lingerie – com duas peças, uma por cima da outra, para não criar ainda mais constrangimento na hora da aula. “Vocês podem escolher conjuntinhos aqui da loja e colocá-los por cima dos seus”, anuncia a professora Rozana Rezende.
Os olhos passeiam atentos e encantados pelas araras da sex shop em busca de um modelito ideal para a ocasião. Quinze, vinte minutos depois e elas finalmente estão prontas. Já na “sala de aula”, de frente para um espelho, dividem espaço com quatro cadeiras que fazem as vezes dos marmanjos que elas devem seduzir. A primeira etapa, diz Rozana, é se olhar e gostar do que está vendo. E começa a explicar passos básicos, troca de olhares e reboladinhas. “Sensualidade meninas!”, diz em tom mais alto. E completa falando que cada uma tem que procurar o seu jeito de fazer as coisas, dando o seu toque pessoal. “O importante é que ele te veja como nunca viu: mais solta, mais provocante. Mas não quero fabricar uma nova mulher em poucas horas de aula, apenas peço que explorem a fêmea que existe em vocês”. Ainda muito inibidas, elas grudam os olhos na professora e ensaiam alguns rodopios. “Agora vamos começar a tirar as peças”, anuncia, colocando uma música. “Mas nada de som muito alto”, instrui. Cinta-liga, sutiã, calcinha... Aos poucos as roupas vão sendo arremessadas de forma sensual. Até a meia 7/8 deve ser tirada de uma maneira especial, “para que saia esticadinha e possa ser usada, no final, para puxar o parceiro até você – pelo pescoço – ou mesmo para amarrar as mãos dele”. M.L., de 24 anos, M.H., de 31, e Letícia se entusiasmam na hora.
No meio da aula, Rozana dá o recado: “É importante tirar tudo com calma e deixar o gato olhar. Não adianta se despir querendo se esconder”. Bastante tímidas, as meninas começam a se soltar aos poucos, a medida que aprendem a rebolar no compasso da música e olhar o parceiro nos olhos.
No meio da aula, Rozana dá o recado: “É importante tirar tudo com calma e deixar o gato olhar. Não adianta se despir querendo se esconder”. Bastante tímidas, as meninas começam a se soltar aos poucos, a medida que aprendem a rebolar no compasso da música e olhar o parceiro nos olhos.
Até que a primeira pergunta surge: “E se ele rir e me achar ridícula?”. “Você deve se impor!”, rebate a professora. E continua: “Chega junto, faz sinal pra ele se calar. Nem precisa dizer nada. Se quiser ser mais enfática pode dar uns tapinhas no rosto dele. Vocês são íntimos, você vai saber o que é preciso e com qual intensidade. Depois disso eu te garanto que ele vai prestar a maior atenção em você”. E diz que nesta hora, fantasias como fingir que nem o conhece também são muito bem vindas, dependendo apenas da vontade e da imaginação do casal.
E ensina um truque prático, para dar mais segurança e facilitar os movimentos: “Use sempre uma cadeira para fazer o strip. Coloca ele sentado em algum lugar e uma cadeira na frente dele, onde você vai fazer os movimentos. Claro que você vai até ele, vai dar uns beijinhos, rebolar bem pertinho, mas pra ele assistir o espetáculo é melhor que você não esteja tão perto”.Pausa na coreografia e a professora avisa: “De nada adianta a mulher saber os passos se não tem a intenção de seduzir”. E diminui a intensidade da luz da sala de aula para deixá-las mais a vontade. Depois disso o clima de sedução realmente aumenta. Rozana mostra como as meninas devem tocar seu parceiro na hora do striptease. Entre reboladinhas, as mãos sobem pelas pernas e seguram os cabelos dele com força, antes de um beijo ‘caliente’
No final, com todas as peças cuidadosamente tiradas, Rozana sugere: “Agora é só sentar na cadeira com as pernas fechadas e chamar o seu homem. Quando ele chegar pertinho, dê um beijinho e faça ele se ajoelhar na sua frente. Aí é só deixar rolar...”, finaliza, sob aplausos.
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