Dormir brigado com o parceiro afeta amor e saúde

Além de prejudicar o relacionamento, hábito de ir deitar sem fazer as pazes depois da discussão pode desencadear insônia.

Em uma relação estável, é natural um casal discutir, se desentender. Mas quando as brigas se estendem até a hora de dormir não é só o namoro ou casamento que corre riscos.

Dormir sem chegar a um acordo, pedir desculpas ou desabafar gera um problema ainda maior no dia seguinte, analisa a terapeuta de casais Cláudya Toledo, autora do livro recém-lançado "Sexo e segredos dos casais felizes". Segundo ela, o ideal é nunca dormir em desarmonia, com mágoa. "As conseqüências em longo prazo, além do fim da relação, podem ser emocionais, mentais e depois físicas", diz.

Uma briga ou problema conjugal que persiste por dias ou semanas pode eventualmente ser um fator que desencadeia um quadro de insônia. Segundo o médico Luciano Ribeiro, neurologista e presidente da Associação Brasileira do Sono, noites pouco ou mal dormidas em sequência têm potencial para gerar um distúrbio de sono que vai se perpetuar após o conflito. "Uma insônia crônica, acima de 30 dias, começa por um motivo. Para quem já tem tendência a ter insônia, situações emocionais desse tipo são fatores de piora", explica.

O insone pode ter repercussões como ansiedade, irritabilidade, problemas de memória, aprendizado e até mesmo um quadro depressivo. "Às vezes a pessoa dorme durante a noite, mas a cabeça funciona 24 horas sem parar, o que gera fadiga mental", completa Ribeiro.

Camas separadas como alternativa
Com estigma de crise conjugal, as camas separadas podem ser melhores para o casal em situação de conflito, na avaliação da terapeuta Cláudya. "Se você não está brigado, mas está desgastado com a outra pessoa, durma alguns dias separados até aquilo passar. Às vezes você resolveu o problema, mas não gostou do que ouviu, ficou machucado". Nesses casos, uma noite no sofá é a melhor opção.

Cláudya ressalta ainda que desentendimentos constantes sobre o mesmo assunto e brigas longas não são adequados: "A discussão deve ser pontual. O casal não deve deixar as coisas ficarem grandes, monstruosas, intermináveis". Quando o assunto é extenso, a terapeuta recomenda que o casal deixe claro até onde a questão foi resolvida, concorde em pelo menos algum aspecto, chegue a alguma conclusão e então deixe outros pontos para serem resolvidos depois.

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