Déda e Edvaldo são eleitos os Judas do ano pelos trabalhadores

Neste ano, os trabalhadores elegeram como maiores Judas sergipanos o governador Marcelo Déda (PT) e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB). Dois bonecos representativos dos ‘traidores’ viraram cinzas na fogueira da tradicional queima do Judas da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe - CUT/SE.
Atuante e criativo sempre, o Sintese aproveitou para atear fogo também no boneco da Secretaria de Estado de Educação e cobrou novamente explicações sobre a diferença dos mais de R$ 7 milhões de reais do Fundeb apresentada entre os demonstrativos da Seed e da Sead, referentes ao mês de fevereiro.
O ato aconteceu na manhã de sábado, dia 11, Sábado de Aleluia, Calçadão da João Pessoa, em Aracaju.
A manifestação reuniu trabalhadores dos diversos sindicatos filiados à Central, da capital e do interior. A queima propriamente dita se deu após leitura de testamentos para a população, feita pela secretária de Formação da CUT/SE, Ângela Melo. A manifestação contou ainda com duas carroças representativas da ‘qualidade de vida do aracajuano’, denunciando o alto custo e as más condições do transporte público na capital.
De acordo com o presidente da CUT em Sergipe, Antônio Carlos da Silva Góis, os dois vilãos de 2009 são inquestionáveis. “Não que sejam apenas eles que maltratam o trabalhador, mas neste momento representam o extremo do descaso, da injustiça e da falta de vontade de negociação por parte do poder público no Estado”, afirma Góis.
Ele explica que todas as greves e protestos que estão acontecendo refletem o caos enfrentado pelos servidores municipais e estaduais. Não apenas em termos da luta por melhores salários, mas por melhores condições de trabalho e direitos assegurados que não estão sendo cumpridos.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe destaca a insatisfação das várias categorias que aguardam sinalização por parte da bancada do Governo para a continuidade dos trabalhos da Mesa Permanente de Negociações, que há quatro meses não se reúne. “O processo de negociação foi suspenso unilateralmente, demonstrando que o Governo quer virar a mesa de negociação por cima dos servidores. O secretário João Andrade não marca nova reunião há mais de quatro meses e não negocia e nem abre qualquer canal de interlocução com as entidades sindicais dos servidores”, diz Góis.
A CUT/SE novamente denunciou a atitude absurda e inescrupulosa do prefeito Edvaldo Nogueira em reajustar em 56% o salário de seu secretariado, inclusive criando cargos de secretários adjuntos com rendas equivalentes a 80% do salário dos titulares, 57% do salário dos vereadores, ao passo que para os servidores públicos municipais, ofereceu um reajuste de apenas 1%, sob argumentação de que a culpa é da crise internacional. “Que crise é esta onde somente o trabalhador paga o pato?”, cobra ainda Góis.
De passagem pela cidade, o servidor municipal de Maceió, Humberto Cavalcante disse que na capital alagoana, após muita luta, os trabalhadores da SMTT/Maceió conquistaram reajuste de 38% (nível médio), 21% (nível elementar) e 15% (nível superior), após cinco meses de negociações. “Fizemos um dia de greve nesse processo e bastou para um diálogo com o prefeito Cícero Almeida (PP). Mas, outras categorias continuam negociando. A situação dos servidores das áreas de Saúde e Educação estão sofrendo bastante”, destaca Humberto. Ele explica que a lei de responsabilidade Fiscal, em Maceió atingiu 43%, ao passo que aqui em Aracaju, chegou a 51%, e que em termos de Governo do Estado, o governador Teutônio Vilela (PSDB) também não está nada receptivo aos servidores para negociações. (Adriana Sangalli-CUT/SE)

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